sexta-feira, 16 de julho de 2010

O melhor semestre para o emprego

Nos seis primeiros meses deste ano, 1.473.320 brasileiros conseguiram uma colocação profissional. Esse é o melhor resultado do país em 20 anos, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). "Nos oito anos do governo Lula, chegaremos a um total de 15 milhões de empregos", garante o ministro do Trabalho e Emprego, Carlos Lupi.

Para o ministro, estamos vivendo um período de acomodação nos números, onde alguns setores como construção civil devem frear o crescimento na criação de empregos. "Nós temos alguns setores como construção civil que estão terminando obras, férias escolares, proibição de contratação de servidor público por força da Lei Eleitoral. Tudo isso afeta o caminho da geração de emprego".

Mas, mesmo assim, Lupi acredita que o segundo semestre será também o melhor da história. "A economia continua crescendo. O Brasil viverá um dos melhores segundo semestres da história", disse. O ministério calcula a criação de mais 1 milhão de empregos para o próximo semestre.
Somente no mês passado, 212.952 empregos foram criados, o segundo melhor na série histórica. Só perdeu para junho de 2008, onde o Brasil gerou 309.442 postos. Nos últimos 12 meses, verificou-se a criação de 2.168.924 postos de trabalho, equivalente à expansão de 6,71% no contingente de empregados no país, que hoje tem o contingente de 34.474.339 trabalhadores com carteira assinada.

"Os números do Caged mostram que a geração de empregos no Brasil continua crescendo substancialmente. É a prova inequívoca de que estamos no caminho certo", comentou Lupi. No primeiro semestre de 2010, seis dos oito setores da economia registraram recorde absoluto neste semestre. Os 25 subsetores expandiram o nível de emprego, com 16 deles apresentando saldos recordes para o período.

"As indústrias metalúrgica e calçadista, subsetores que mais demitiram durante a crise, foram os que mais contrataram este ano, ficando bastante acima da média de crescimento, em termos absolutos e proporcionais, respectivamente. Teremos um segundo semestre de crescimento geral, com índices bem próximos aos registrados no segundo semestre de 2009; e prevejo um período muito bom para a Indústria da Transformação", comentou o ministro Lupi.

Reflexos do governo Lula

O desempenho do primeiro semestre reflete as medidas tomadas pela equipe econômica do governo Lula para conter a crise, na opinião da economista Zeira Camargo, do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE).

Um dos setores que obteve maior crescimento foi a metalurgia, com 6% de aumento. "Esse foi um setor que mais sofreu com a crise e se compararmos o período de outubro 2008 (auge da crise) a julho de 2009 (começo da recuperação), quando perdemos 212 mil empregos, percebemos que já recuperamos o total perdido e há um saldo positivo de 2 mil postos."

Para Zeira, a reação imediata do governo brasileiro foi fundamental para recuperação. Ela citou a redução do impostos para veículos e a chamada linha branca (geladeira, máquina de lavar). Outra medida importante foi a facilidade de crédito e o estímulo do governo. "Quando o presidente vai a televisão e pede para a população comprar, isso é muito importante", diz.

O movimento sindical, na opinião de Zeira, também teve um papel importante na recuperação. "Percebemos o tamanho do problema e nos mobilizamos para reduzir os impactos. Propomos férias coletivas no auge da crise, banco de horas e, em muitos casos, adiaram as demissões ou até evitaram perdas de postos".

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